ESG no agronegócio: o que é, como funciona e como implementar

Entender mais sobre ESG no agronegócio é essencial para todos os agricultores que desejam seguir essa tendência e reduzir o seu impacto ambiental.

A partir da implementação de algumas práticas, é possível otimizar o uso de recursos naturais, ter mais responsabilidade social e trazer mais transparência para todo o processo.

Vale ressaltar que, segundo estudo da KPMG, 76% das empresas brasileiras já incluem ações ESG em suas estratégias de negócio.

Essa pesquisa ainda aponta que marcas que adotam medidas sustentáveis têm mais chances de conquistar um consumidor.

Para saber mais sobre o tema, continue lendo e entenda o ESG no agro na prática.

O que é ESG?

ESG é uma sigla em inglês que significa environmental, social and governance, ou ambiental, social e governança, em português.

Esse conceito representa os fatores que devem ser considerados para otimizar a operação de uma empresa, independente do seu segmento de atuação.

Ele está diretamente ligado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, criado pela Organização das Nações Unidas para combater as vulnerabilidades sociais como um todo.

De forma resumida, o ESG, então, busca reduzir os impactos negativos e aumentar os positivos nas esferas ambientais, sociais e de governança, que está relacionada com a administração e gerenciamento da empresa.

O que é ESG no agronegócio?

O ESG no agronegócio nada mais é do que a implementação de práticas focadas no meio ambiente, no social e na governança dentro dos negócios ligados com a agropecuária.

Essa iniciativa é fundamental, uma vez que o sucesso de uma empresa desse segmento está diretamente ligado com todos esses fatores.

No caso do meio ambiente, por exemplo, o agronegócio está relacionado com:

● desmatamento,

● emissão de gases do efeito estufa,

● aproveitamento de recursos naturais, como água,

● utilização de pesticidas.

E esse processo é uma “via de mão dupla”, já que o efeito estufa, a inviabilização do solo e a seca, por exemplo, acabam prejudicando o cultivo de todas as culturas.

Além disso, cada vez mais os consumidores estão preocupados com a segurança dos trabalhadores e com a inclusão no ambiente de trabalho, apoiando marcas que se envolvem em iniciativas sociais.

Ainda em relação ao ESG, uma pesquisa realizada pela Deloitte, empresa especializada em prestação de serviços, aponta que os consumidores buscam por empresas transparentes e valores similares aos seus, como ética.

O que é sustentabilidade no agronegócio?

Quando falamos sobre sustentabilidade no agronegócio, logo pensamos em questões ambientais, mas esse conceito vai além disso.

Ter uma operação sustentável significa que ela consegue se manter, o que também está ligado com questões sociais e de governança.

Ao não seguir as normas regulamentadoras, não oferecer boas condições de trabalho ou ainda colocar os seus colaboradores em risco, por exemplo, se corre grande risco de ter todos os seus processos comprometidos.

Por isso, para implementar o ESG no agronegócio, não é apenas uma forma de conquistar mais clientes, mas também uma maneira de otimizar a sua operação.

Outro motivo para investir nesse conceito é o aumento das exportações, já que produtos com mais qualidade tendem a ganhar destaque no mercado internacional.

Como implementar o ESG no agronegócio?

A implementação do ESG no agronegócio deve ser feita a partir de práticas focadas no meio ambiente, no social e na governança. Saiba mais.

Meio ambiente

As práticas de ESG no agronegócio ligadas ao meio ambiente envolvem muitos fatores, uma vez que todo o manejo e cultivo está ligado com o campo. Questões envolvendo o solo, o uso de recursos naturais, a geração de gases poluentes, o uso de pesticidas com impacto ambiental e até mesmo o desmatamento entra aqui.

Para reduzir o impacto, nós recomendamos:

● utilizar insumos que não poluem o ar, o solo e a água,

● optar por técnicas de irrigação que reduzem o desperdício, como a por gotejamento,

● evitar a abertura de novas áreas agrícolas por meio do desmatamento,

● fazer a recuperação de áreas degradadas a partir da biodiversidade,

● usar fontes de energia renováveis,

● ter uma boa gestão de resíduos sólidos.

Social

As práticas de ESG no agronegócio ligadas ao social estão relacionadas com a segurança dos trabalhadores, com a inclusão de minorias e, claro, com a responsabilidade com toda a comunidade que o cerca.

Já pensou você comprometer todo o acesso à água potável por usar de forma incorreta um insumo? Por isso, aqui é importante pensar no seu impacto na sociedade de forma geral.

Nossas dicas nesse aspecto são:

● respeitar as leis trabalhistas e direitos humanos,

● oferecer boas condições de trabalho,

● fornecer equipamentos de proteção básica,

● garantir oportunidades iguais para todos, independente do seu gênero, orientação sexual ou etnia,

● contratar empresas terceirizadas com responsabilidade, se for o caso,

● procurar por iniciativas sociais para contribuir de alguma forma.

Governança

Esse fator pode parecer algo complicado de otimizar por ter um nome mais refinado, mas não se engane. Sempre que falarmos sobre governança, estamos nos referindo a administração do seu negócio.

Grande parte dos agronegócios brasileiros são familiares, o que faz com que dicas como criar uma estrutura societária, por exemplo, não façam muito sentido.

Mas mesmo nesse tipo de empresa, algumas medidas podem ser tomadas para otimizar a governança, como:

● ter processos transparentes, permitindo que o seu consumidor final saiba de onde vem seus alimentos,

● atuar de forma ética, seguindo a legislação,

● garantir a conformidade regulatória dos produtos,

● realizar a gestão de riscos,

● criar um plano para crescimento do negócio,

● integrar a cadeia de valor com indústrias, fornecedores e clientes, possibilitando o rastreamento do suprimento.

Viu como aplicar ESG no agronegócio não é um bicho de sete cabeças? Com algumas práticas simples, você pode otimizar seus processos e aumentar sua produtividade.

Se você curtiu esse conteúdo, continue lendo no nosso blog sobre Gestão agrícola: como pode contribuir para a sustentabilidade do agronegócio.